Há mais ou menos um ano, o jornal Correio Braziliense publicou que o mercado de trabalho de Brasília é pouco generoso com as pessoas que nasceram, cresceram e estudaram na capital. Quando li aquela manchete, tudo que eu pensava se confirmou. Respirei aliviada pois os meus pensamentos não eram injustos. E sim verdadeiros. Passei por isso algumas vezes. E, na última semana, mais uma vez a história se repetiu. Perdi mais uma oportunidade de emprego para uma mulher de outro Estado, desta vez do sul do País. Fiquei injuriada. E ainda estou! Talvez se eu tivesse sido descartada de cara, não estaria com o "bico deste tamanho". Mas, pelo contrário, cumpri todas as etapas da difícil seleção, inclusive a derradeira: a entrevista com o chefe.
Não sou contra à abertura do mercado às pessoas de fora. Mas acho que a valorização ao cidadão brasiliense poderia ser um pouco maior.
Daí me pego pensando novamente, de forma ridícula (me perdõem mas o coração está dilacerdado), ao contrário do que o Vínicius de Moraes escreve, que "as feias que me perdoem, mas beleza é fundamental", para o jornalismo tal versão estaria totalmente equivocada. Neste caso, um pouquinho de feinha, de grosseira e até uma pitadinha de palavrão no vocabulário, sejam pré-requisitos para o trabalho. Talvez isso prove uma espécie de fortaleza interior que a "bonitinha" não aparenta. A "bonitinha" é sempre a frágil. Ilusão. E acho que tal fator me prejudicou.
Infelizmente a minha cara de "bonitinha frágil" (a feia arrumadinha), já me deixou na mão. E quando a chance era me dada, tinha sempre que provar que sou boa, ágil, capaz. E provei! Mas que saco, até quando precisarei passar por isso?!
Bom, dizem que Deus faz certo, uma correção, por linhas certas. Então, esperarei o poema e a carta de recomendação que Ele está guardando para mim. Digo isso de coração!
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