sábado, 30 de junho de 2012

O bundão do cinema clássico



Podem falar o que quiser! Defendam o Rick. Diga que ele foi nobre. Ou elegante. E que por uma causa mais nobre ainda, ele deixou que Ilsa entrasse naquele avião rumo a Lisboa (Portugal). Perfeito de um bunda mole. Queimou o filme dos filmes clássicos. Me perdoem, mas para mim, Casablanca nunca mais foi a mesma. Deixa eu explicar: por quase uma vida escutei “As times goes by”, entoada por vários intérpretes e achava a coisa mais linda do mundo. Viajava, viajava, viajava! Até que um belo dia, já crescidinha, assisti ao filme, cuja música principal é a tal canção. Decepção total! O final não era feliz.

Desde então, passei a odiar Casablanca. Rebobinava o filme para ver se eu não tinha pulado alguma parte. Poxa, será que o diretor Michael Curtiz não tinha noção?! Meu coração estava em pedaços. Onde é que estava aquela parte em que o galã luta pelo amor da mocinha? Ah, era muita realidade para o meu gosto. Tá certo que ela tinha um marido, mas...ah que matasse ele no campo dos nazistas, que jogasse ele do avião, que ele sumisse do mundo, que ele virasse travesti...mas o Rick tinha que ter feito alguma coisa.

O amor ficou na lembrança na canção “As times goes by”, proibida de ser tocada pelo Sam, o pianista do café do Rick, localizado na cidade marroquina Casablanca. É isso mesmo. Mais uma prova de que ele era um perfeito bunda mole. Parecido com muito homem de hoje em dia que acha que as lembranças podem ser apagadas com uma borracha. Terminam um namoro, guardam os presentes que você deu no sótão, tiram os ímãs da geladeira, jogam água na fogueira e excluem você do facebook. Perfeitos babacas...e não tiram você do coração! Simplesmente deixam que você entre no avião e pronto! Daí, você fica olhando no saguão do aeroporto para ver se ele no último segundo do segundo tempo do jogo caia em si, corra atrás de você e diga que te ama e que fique ao lado dele. É...seria legal, se viveriam felizes para sempre? Não sei...não sei.

Sobre o filme (fonte: Wikipédia):

Casablanca é um filme norte-americano de 1942 dirigido por Michael Curtiz. O filme conta um drama romântico na cidade marroquina de Casablanca sob o controle do da França de Vichy. O filme é baseado na peça Everybody Comes To Rick's ("todo mundo vem ao café de Rick") de Murray Burnett e Joan Alison. As estrelas Humphrey Bogart no papel de Rick Blaine e Ingrid Bergman como Ilsa Lund. O desenvolvimento do filme centra-se sobre o conflito de Rick, nas palavras de um personagem, o amor e a virtude: Rick deve escolher entre sua amada Ilsa fazendo a coisa certa. Seu dilema é ajudar ou não Ilsa a escapar de Casablanca com seu marido Victor Lazlo, um dos líderes da resistência Tcheca, de modo que ele possa continuar sua luta contra os nazistas .

Considerado como um dos maiores filmes da história do cinema americano, ganhou vários Oscar da Academia, incluindo o de melhor filme em 1943 . Casablanca teve uma grande estréia, mas não espetacular, entretanto, ganhou popularidade com o passar do tempo e esteve sempre nas listas dos dez melhores filmes. A crítica elogiou a performance carismática de Bogart e Bergman e a química entre eles, junto à profundidade das caracterizações , a intensidade da direção , a sagacidade do roteiro e do impacto emocional do trabalho como um todo.

domingo, 24 de junho de 2012

A dona da minha história


A vida é engraçada. Ou sou eu a engraçada da história? Como já dizia um amigo sobre a minha pessoa: “engraçada essa menina”. Às vezes, não sabe o que quer. Mas sabe muito bem o que não quer. É Carolina, é com você que estou falando. Eu não sei o que se passa na sua cabeça em relação a mim. Mas sei o que se passa na minha sobre você. Estou escrevendo para você, Carolina.



Antes de tudo, é bom que você não fique convencida, mas é que embora eu tenha muitos amigos, existem certas coisas que só tenho vontade de falar para você. Bom, falar eu falo, até escrevo, mas do jeito que sinto é como se você fosse a única pessoa do planeta que enxerga o mundo como eu. Daí você chega e solta uma dessa, dizendo que desistiu, que se perdeu e...foge? Cadê a amizade? Cadê a perseverança?


Posso não ajudar muito nesse momento, embora leia bastante e seja antenada. Mas, digo, gostaria que você estivesse aqui comigo. E passasse bons momentos ao meu lado. Volte, Carol! Comece um caso de amor com você. E faça essa história crescer. Invente uma receita de felicidade. Coloque no forno e depois no caderno de receitas da família.


Lembra na época da escola? Em que vimos num livro que impossibilidade é tirar as calças pela cabeça? Pois é. Tudo pode ser possível, tirando o lance da calça. Fale para mim o que se passa. Acho que você está escondendo algo. E não me conta. Aí começo a pensar besteira. Vou achar que você se casou com um travesti e teve quatro filhos, gêmeos, ainda por cima! Ou que virou freira. Ou que está a dois passos do paraíso, montou a pousada em Búzios e ensina arte para as crianças da aldeia. Aí, tudo bem, está perdoada. Transformou sua vida numa música de Brigitte Bardot ou na próxima novela das oito.


Para fechar esse puxão de orelha, ofereço, em sua homenagem, a música Meninos e Meninas, do Legião Urbana. Aquela parte que o Renato Russo diz que gosta daquele tanto de Santos é a sua cara. Carol, sei que está cansada de bater e ninguém abrir. Mas, volte, Carol! Tenho saudades de você.



Meninos e Meninas:

Quero me encontrar, mas não sei onde estou

Vem comigo procurar algum lugar mais calmo

Longe dessa confusão e dessa gente que não se respeita

Tenho quase certeza que eu não sou daqui

Acho que gosto de São Paulo

Gosto de São João

Gosto de São Francisco e São Sebastião

E eu gosto de meninos e meninas

Vai ver que é assim mesmo e vai ser assim pra sempre

Vai ficando complicado e ao mesmo tempo diferente

Estou cansado de bater e ninguém abrir

Você me deixou sentindo tanto frio

Não sei mais o que dizer

Te fiz comida, velei teu sono

Fui teu amigo, te levei comigo

E me diz: pra mim o que é que ficou?

Me deixa ver como viver é bom

Não é a vida como está, e sim as coisas como são

Você não quis tentar me ajudar

Então, a culpa é de quem? A culpa é de quem?

Eu canto em português errado

Acho que o imperfeito não participa do passado

Troco as pessoas

Troco os pronomes

Preciso de oxigênio, preciso ter amigos

Preciso ter dinheiro, preciso de carinho

Acho que te amava, agora acho que te odeio

São tudo pequenas coisas e tudo deve passar

Acho que gosto de São Paulo

E gosto de São João

Gosto de São Francisco e São Sebastião

E eu gosto de meninos e meninas


sexta-feira, 22 de junho de 2012

Túnel do tempo: Pelé chora ao fazer gol

Adoro essa foto! Não se sabe a autoria. Foi clicada na final da copa de 1958. E retrata Garrinha e Pelé - que chora, após o quinto gol contra a Suécia. O Brasil, na ocasião, conquistou pela primeira vez uma copa fora do continente. Placar? 5 x 2.

sexta-feira, 15 de junho de 2012

A heroína de melissinha


Eu queria voar! Acreditava ter superpoderes. E quando crescesse estaria em todos os lugares e protegeria todos os animais ao mesmo tempo. Ah, o meu uniforme? Uma toalha cor de rosa choque com capuz de orelhinhas. Sapatos? Não havia muita criatividade na época. Talvez uma melissinha com meias listradas. Um luxo de heroína. Só espalharia amor e charme pelo planeta.

Ah o meu mundo. No meu mundo ninguém sentiria fome ou frio. Ninguém ficaria triste nem magoado. Ninguém deixaria de assistir a novela das oito nem aos filmes de Charles Chaplin. No meu mundo, a esperança seria o motivo do papo cabeça nas mesas de bar e nas canções de samba. E só ia tocar música bonita. Pense que beleza?

Enquanto esse mundo não vem, a Coca-Cola lançou uma campanha super bacana no mundo todo. Basta acessar a propaganda dos herois e depois fazer uma homenagem à pessoa que tanto considera: alguém que pratica o bem. Lindo isso! Ainda mais ao som do meu amado David Bowie (quando criança eu tinha a certeza que iria casar com ele quando crescesse).

 


“Todos nós já fomos heroi um dia.

Com superpoderes do lado dos bons.

Tá na hora de vestir aquele uniforme de novo.

Porque o mundo precisa de herois com você.

E quem pratica o bem merece uma homenagem.

Existem razões para acreditar.

Seja também uma delas.

Existe alguém que é um heroi para você?

Clique e faça uma homenagem nesse mundo.”

quinta-feira, 14 de junho de 2012

O Santo que tirou férias


Ganhei o meu primeiro Santo Antônio aos 20 anos. Chique ele. Veio da Europa e casou bisavó, avó, tias e até amigas de tia. Aliás, o coitado trabalhou tanto que teve que voltar ao Velho Mundo e ser restaurado em Pádua, na Itália. Aproveitou e tirou férias. Chegou novinho em folha, estava com a pele renovada, tinha um pouco mais de cabelo, trocou a sandália e passou em Milão para comprar uma nova roupa, enfim, pronto para trabalhar. Ainda assim, notei que o Santo continuava cansado, então as terças, quartas e quintas, concedia folga. Uma vez o mandei lá para Pirenópolis (GO) tomar um banho de cachoeira. Outra, o levei comigo para ficar de molho nas águas termais da Pousada do Rio Quente, em Caldas Novas (GO). Achei que depois disso, ele seria bacana e mais atento. Nada feito!

Depois, quase que ao mesmo tempo, ganhei outro Santo...ou melhor, metade dele (também de família). Estava todo lascado coitado, trabalhou tanto que restou só um pedaço. A outra parte, não sei não. Juro que não fui eu. Sou contra a qualquer tipo de violência. Sem essa de colocar santo de cabeça para baixo ou de jogar pela janela. Ainda mais esquartejar. Seria muito desespero.Tende piedade dos santos trabalhadores!!! O meu primeiro santo Q-U-A-S-E foi parar no congelador. Mas tive dó. E outra: ele tem uma criança nos braços. O Estatuto da Criança e do Adolescente me mataria. Seria, no mínimo, julgada e presa.

Pois bem, tempos depois, uma amiga jornalista pernambucana, a Alê, casou e me deu o santo dela. Um fofo! Daí pensei, pronto, já que uma andorinha não faz verão, o ancião, o aleijadinho e o santo pernambucano formarão um trio “pra ninguém botar defeito”. Nada feito!

Ontem, no Dia do Santo Antônio, ganhei mais dois que nunca casaram ninguém. Estão novinhos em folha e prontos para trabalhar. As férias acabaram. E agora, tenho uma legião: os desbravadores, os incríveis, os super heróis de céus e mares e terras nunca navegados até hoje. Juntos eles me ajudarão a conseguir o que mais quero na vida: um emprego dos sonhos. O resto é consequência...ô SÃO JOSÉ, cadê você, meu filho???

NOTA DA CAROL: Reza lenda que o Santo Antônio casa. Mas com um detalhe: casa a donzela com qualquer rapaz. Aí não vale. Se quer um bom moço, peça ao São José. Pelo menos é isso que os mais antigos falam.


Legião de Santos Antônios. O da esquerda, só metade.








terça-feira, 12 de junho de 2012

O amor que sabe do tempo e do vento - Elaine Brum


Antes que os leitores se decepcionem já que não consegui escrever uma linha sequer sobre o Dia dos Namorados, destaco abaixo o texto "O amor que sabe do tempo e do vento", de autoria da talentosa jornalista e escritora Eliane Brum. Pensei em separar uma trilha sonora ou mesmo uma lista de filmes...mas nada disso, as palavras abaixo representam muito mais. Aproveitem!


Dias atrás liguei para meus pais e os dois se divertiam com as dificuldades de expressar o amor que sentem um pelo outro. Acontece o seguinte. Toda manhã meus pais acordam, mais ou menos no mesmo horário, e ficam abraçadinhos esperando o sol entrar pelas frestas da persiana enquanto conversam sobre a vida. O desafio, agora, segundo minha mãe, que é mais despachada, é encontrar uma posição em que não doa alguma parte do corpo de um e de outro. Ora é a coluna do meu pai que se anuncia, interrompendo o beijo, ora são os joelhos da minha mãe que gritam embaixo do cobertor. Então, ele aos quase 81, ela perto dos 76, gastam alguns minutos encontrando uma posição em que é possível namorar sem dor. Acabam achando. Quando não param para rir da própria condição humana, o que também provoca algumas dores.



Para mim, a imagem do dia dos namorados, essa data tão comercial que acabou de levar legiões aos shoppings, é a de meus pais achando uma posição para se abraçar entre as dores de um corpo que viveu. Acho que o amor começa com som e com fúria, mas aprende na passagem do tempo o valor das pequenas delicadezas, as manias de cada um que irritam, mas que fazem cada um ser o que é. Aquela mirada terna e quase secreta em direção ao outro que faz uma bobagem qualquer, para mim vale tanto ou mais que o furor do desejo. Aprendi isso observando meus pais, primeiro com ciúmes desse amor onde eu não cabia, porque sabiamente eles mantiveram essa parte só para eles. Depois, com curiosidade científica e, finalmente, com ternura.



Desde que me entendo por gente, meus pais namoram. O que para mim foi por muito tempo algo misterioso, que exigia uma investigação que, por medo da descoberta, eu acabava sempre postergando. Por exemplo: por que as luzes da cabeceira trocavam de cor a cada semana? Em algumas noites eram vermelhas, em outras azuis e havia até madrugadas de verde. Eu perguntava, claro que perguntava, e a resposta era verdadeira, mas convenientemente sucinta: “Para variar”.



Meu pai deve ter sido o único pai do mundo que passou pela Disney, numa inusitada viagem de trabalho, comandando uma trupe de agricultores, e voltou de lá não só com brinquedos para nós, mas com baby-dolls para a minha mãe. Baby-dolls que corariam não apenas o Mickey, mas também os piratas do Caribe.



É também o único homem que eu conheço que dá rosas para a minha mãe no “aniversário de conhecimento”. Até hoje. Sim, “aniversário de conhecimento” é uma data lá em casa. Enquanto o poste embaixo do qual trocaram sussurros supostamente castos existiu, eles faziam visitas periódicas ao poste, como uma espécie de dívida de gratidão. Depois, foram miseravelmente traídos pela prefeitura. E o banco da praça onde trocaram confidências, e possivelmente algumas inconfidências, foi parar no museu. Não por causa deles, parece óbvio para todos. Menos para nós.



Tudo começou com o que eu chamo de “tijolaço” que minha mãe acertou na cabeça do meu pai. Minha mãe se finge de ofendida, mas sei que ela gosta da minha versão. Era terrível a minha mãe. Aos 13 anos ela viu meu pai passar com seu porte de soldado de chumbo e decretou: “Este vai ser meu”. Meu pai nem desconfiava, preocupado que estava com suas obrigações no internato, ele que trabalhava duro para pagar os próprios estudos, primeiro na limpeza, depois no cuidado dos alunos. Não adivinhava, mas já tinha o futuro decidido por uma pirralha com uma trança ruiva de cada lado.



Aos 15 dela, 20 dele, ela o avistou na festa de Sete de Setembro da paróquia da igreja matriz e despachou um correio amoroso em sua direção. Correio amoroso era a versão do torpedo no século passado. Era 1950, veja bem, no interior do Rio Grande do Sul, e ela tivera o desplante de escrever essa intimação. Sutil como uma ararinha azul num filme de zumbis a minha mãe: “Se for correspondida, serei a mulher mais feliz do mundo”. Meu pai espichou um meio sorriso em sua direção, o que deve ter lhe custado mais do que o passo que Neil Armstrong daria no final da década seguinte. Meu pai só foi aprender a sorrir muito mais tarde. Ensinado, claro, pela minha mãe.



Minha mãe se tornou mesmo a mulher mais feliz do mundo. E vice-versa. E nós aprendemos a vê-los sempre de mãos dadas andando pela cidade, no seu passo só aparentemente dissonante, minha mãe mais ligeirinha, atuando no miúdo, e meu pai com passadas lentas e firmes. Meu pai passeando pelos interiores de si, minha mãe novidadeira, auscultando os arredores. E, aos finais de semana, os dois executando o balé de décadas ao caminharem de mãos entrelaçadas para espiar as vitrines das lojas, fazendo de conta que elas mudavam, se abismando ora com a boniteza das peças, ora com o preço “pela hora da morte”.



Quando eu era criança, como já contei aqui, eles cumpriam também o programa familiar do domingo, no qual éramos generosamente incluídos, e que consistia em uma volta de fusca para ver as casas bonitas da cidade pequena. Sempre as mesmas, sempre dos mesmos. Lá em Ijuí eram os médicos, os fazendeiros e os empresários que tinham se dado bem no “milagre” econômico da ditadura militar que tinham casas bonitas. O resto se virava.



A vida deu e tirou de tudo do meu pai e da minha mãe, como em geral faz com quase todos. Roubou-lhes uma filha, deu-lhes outra da pá virada, a maior parte do tempo faltou-lhes dinheiro e sobrou trabalho, suspiraram de júbilo e de tristeza talvez na mesma proporção. Por muitos anos sonharam em fugir do verão de Ijuí, de onde até o diabo escapa lá por dezembro, mas não encontravam jeito. Quando juntaram umas economias, a casa que alugaram ficava na zona rural da cidade praiana, e em vez de gaivotas tínhamos galinhas. Mas nos divertimos mesmo assim, e virou história.



Como virou história a nossa primeira ida em família a um restaurante. Chinfrim que só, mas pisávamos em nuvens com nossas roupas de aniversário e sentíamos aromas de mil e uma noites. Para mim, nunca haverá um D.O.M. ou Fasano que se equipare ao restaurante do Primo. Desde então, e até hoje, qualquer prato seguido por “à Califórnia” é sinônimo de coisa muito fina lá em casa. A gente enchia a boca para dizer “à Califórnia” E até hoje meus pais adoram coisas “à Califórnia”.



Para mim e para meus irmãos era um choque descobrir que na casa de alguns de nossos amigos os pais não se beijavam nem arrulhavam. Nós achávamos que era uma lei da natureza que determinava, geneticamente, o modus operandi dos pais. Fiquei indignada quando disseram, uns anos atrás, que Hebe Camargo tinha inventado o selinho. Todo mundo sabe que foram os meus pais.



O amor é assim. Cheio de coisas sem importância que fazem uma vida. Acho que a sabedoria dos meus pais foi ter percebido que eram essas pequenas delicadezas o que realmente importava. Que os desacertos e as trapalhadas teciam os enredos das histórias que iam bordando a nossa pequena saga. Ninguém nunca achou lá em casa que era fácil viver, por isso o difícil assustava, mas não nos metia tanto medo assim.



Gosto de pensar, quando acordo pela manhã, que meus pais estão procurando, apesar das dores de outono, uma posição para ficar abraçadinhos. E, assim, encaixados de amor, falar da vida enquanto lá fora, como Erico Verissimo tão bem percebeu, ruge o tempo e o vento, cada vez mais vorazes.

fonte: http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EMI240896-15230,00-O+AMOR+QUE+SABE+DO+TEMPO+E+DO+VENTO.html

domingo, 10 de junho de 2012

São João, cadê você?



“São João, São João! Acende a fogueira no meu coração”

Época de festa junina (ou São João). Tudo diferente neste ano. Brasília está quente. Não está para fogueira nem para fondue. Talvez depois da meia noite, quem sabe um friozinho?! Os sonhos agora, realmente, são de papel. O cansaço senta no meu colo. O frio está mesmo é no coração. Não colabora. Ano difícil. Graça nenhuma para quadrilha. São Joãooo, cadê você para acender a fogueira do meu coração?

Imagem: osmeusloucosdias.blogspot.com

sábado, 9 de junho de 2012

Cidades fantasmas no mundo

Craco, Itália – antiga vila medieval, completamente evacuada em 1963, por causa de um terremoto.


Belchite, Espanha – cenário de uma sangrenta batalha entre a tropa do General Franco e o Exército Republicano Espanhol, teve toda a população dizimada em 1937.


Prypiat, Ucrânia – 50 mil pessoas tiveram de evacuar a cidade do dia para a noite após o acidente nuclear de Chernobyl, em 1986.



Hallsands, Inglaterra – a erosão do solo dessa cidade à beira-mar tornou impraticável morar ali, pois as casas passaram a desabar. Em 1917, ela foi abandonada.



Chaiten, Chile – depois da erupção de um vulcão próximo à cidade em 2008, ela teve de ser esvaziada rapidamente.


Kayakoy, Turquia – a vila de 500 casas teve grande parte da população extinta devido à guerra entre a Turquia e Grécia, na virada do século 20. Os que sobreviveram, fugiram.



Silverton, Austrália – a cidade já foi abandonada duas vezes: no século 19, depois que as minas locais foram completamente exploradas. Cinqüenta anos depois, houve uma tentativa de industrialização que durou pouco: com o novo fracasso, a população se mudou novamente.



Bodie, Estados Unidos – mais uma cidade que foi deixada pela população por causa do esgotamento de mina, em 1940. Superbem conservada, virou um sítio histórico, com direito a visitas guiadas.



imagens: Editora Globo
fonte: Revista Marie Claire

quarta-feira, 6 de junho de 2012

Sobre o ZEPELIN


Hoje queria estar num Rio de Janeiro preto e branco. E, ao olhar para o céu, avistar o ZEPPELIN. Estou pouca nostálgica (para variar)! Mas vamos para um pouco de história...

Em 26 de maio de 1930, aproximadamente 25 mil pessoas foram ver de perto, no Rio de Janeiro, o Graf Zeppelin, um dirigível inventado pelo conde Ferdinand Von Zeppelin, na Alemanha (o projeto foi delineado em 1874). Era o início do tráfego aéreo entre Europa e America latina e o estabelecimento de uma linha postal. A maior parte da carga do Zeppelin era de malas postais. Mas foi utilizado também para transporte de passageiros e carga fretada.

O Graf Zeppelin fez uma viagem ao redor do mundo. Em 1928 voou pelo Mediterrâneo; no ano seguinte, foi ao Oriente, passou pelos Estados Unidos e Japão. Em 1930, a América do Sul foi incluída na rota e até 1936 a aeronave manteve voos periódicos. Foi o único dirigível a fazer quase 600 viagens, sendo que só para o Brasil fez mais de 100 em sete dos seus nove anos de vida ativa.
CURIOSIDADE
O Zepellin (modelo LG 127 Graf Zeppelin) fez a primeira viagem ao Brasil em 21 de maio em 1930, atracando em Recife. Esse voo iniciou uma rota comercial regular entre o Brasil e Alemanha. Em 1936, foi inaugurada uma estação no Rio de Janeiro, que passou a contar com uma linha regular de transportes aéreos unindo esta cidade a Frankfurt, com escala em Recife.
Uma passagem para o Rio de Janeiro custava 1.400 reichsmark, numa época em que um operário ganhava em média 120 reichsmark por mês. Uma verdadeira fortuna, mas em compensação a viagem era rápida. O dirigível atravessava o Atlântico em três dias e meio, contra os 10 que os navios gastavam.

Saiba aqui sobre a explosão do Zeppelin nos EUA!


AS IMAGENS DO VÍDEO ABAIXO SÃO MUITO BACANAS!

segunda-feira, 4 de junho de 2012

O direito ao delírio - Eduardo Galeano

O direito ao delírio - Eduardo Galeano: O direito ao delírio - Eduardo Galeano

Mandamentos para que filhos fiquem mal educados


“NO LIMITE ESTÁ A SALVAÇÃO DOS FILHOS”,
PADRE LÉO

Aos que me conhecem sabem que nunca fui muito “chegada” em crianças. O problema não é a criança em si e sim a criação delas. É claro que gosto desses fofos. Mas tenho verdadeiro pavor de criança mal educada, chata, mimada, que não respeita os animais e a natureza, não diz obrigado e joga comida fora. Gente, o MUNDO TEM FOME. A criança tem que aprender a colocar no prato a quantidade que vai comer e, se vai a um restaurante, pedir o que realmente quer e ir até o final. Pois bem, um belo dia, lá estava eu assistindo a uma palestra do falecido Padre Léo, sobre como deseducar os filhos. Sensacional! “Comida é sagrada, minha mãe nunca deixou que eu brincasse com o chuchu. Só com o sabugo de milho”.

Não consegui anotar tudo, nem achei no youtube. Mas o pouco que guardei, pode nos ajudar a pensar sobre o assunto. De acordo com o Padre Léo, o casal não pode discutir na frente dos filhos. “Meus pais ficaram juntos 52 anos e nunca discutiram na minha presença”, disse. E, leiam o mais incrível que ele falou: Sabe por que o marido e a mulher gritam um com o outro quando brigam, mesmo estando perto? É porque o coração está longe.

Abarrotar a criança de brinquedos, mimos e superproteção é outro erro. Quem tem muito não valoriza nenhum. O CAMINHO PARA O CÉU É ESTREITO. O DO INFERNO É RÁPIDO E FÁCIL.

O padre também falou que a criança que espalhou os brinquedos tem que catar depois. Teve mão para espalhar, tem mão para catar. Dinheiro para criança é a mesma coisa. “Vi criança tirando do bolso notas altíssimas que eu mesmo não tinha no bolso, numa escola em Santa Catarina”.

Dentre outros mandamentos que deseducam os filhos é estar sempre AUSENTE e nunca dar carinho.

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QUER SABER MAIS SOBRE O PADRE LÉO? CLIQUE AQUI! Para quem não conhece esse padre, vale a pena pesquisar e assistir vídeos no youtube, palestras e entrevista ao Jô Soares.O vídeo abaixo também é bacana. Darei apenas duas palhinhas sobre o que assistirá:

Ah por que Deus não me ajuda a resolver esse problema? Ah sua anta, eu estou tentando. Desliga esse rádio, essa televisão porque eu quero falar com você.

Aliança. Se essa aliança caiu ali porque você tá procurando aqui? Ah por que lá está escuro e aqui está claro. Leve a luz para onde você perdeu ou traga o que você perdeu para a luz.