sexta-feira, 9 de novembro de 2012

A praça, o cachorrinho...



Dentre tanta gente naquela pracinha, por que aquele cachorrinho tinha que vir cheirar justo você?! Claro, tem que ser como nos filmes. Mas, vamos pular a parte da fantasia, a “dos felizes para sempre”. E voltemos a vida real, exatamente como ela é.


Eis que um belo dia, lá está você, lendo um livro sob o quiosque da pracinha. Tá, ok ok. Vamos recomeçar. Você estava mesmo era escolhendo xampu na revistinha da Avon. E ao mesmo tempo batendo um papinho com a amiga. E tomando conta do bebê que, aliás, tá que tá, pois começou a andar. Um fofo!


Pense numa pracinha animada. Crianças, mães, pais, banquinhos, parquinho, uma padaria logo em frente, um barzinho acolá e o que mais? E cachorrinhos. Cachorrinhos fofos!


Uma bolinha branca, pequenininha, vem parar debaixo da mesa, macho ou fêmea...vai saber! Daí você pensa, “ah tá sentindo o cheiro do meu cão”. E a única coisa que diz em voz alta é: um fofo mesmo! E o dono do fofo há poucos passos de você. E naturalmente vai cumprimentá-lo...mas não cumprimenta. Fica paralisada. Não é mal educada. Mas o passado voltou e percorreu 360 graus em um segundo e meio. Tadinha, ficou sem reação! Isso acontece nas melhores famílias.


É. Era o Júlio. Novembro de 2008. Belém, Pará! Um mega evento do trabalho. E você, a chefona da comunicação. A feira estava lotada. E nos horários de pico dava uma escapadinha da sala gelada para circular. Só olhares, uma pena! Até ele entrar na sua sala com o presidente da empresa. Minha nossa senhora da pata choca! Choque à vista. Brasília encontra Minas Gerais em Belém. E por sorte ou não, na época, Júlio acabara de se mudar para a capital do País. E para completar as coincidências: estavam no mesmo voo de volta para casa. Não só os dois, como toda a torcida do flamengo do trabalho. Mas...ah dane-se o presidente da empresa, o amor estava literalmente no ar. Deixa só chegar na terra para ver!

 
Bem, o romance começou em Belém. Superou algumas semanas em Brasília e duas ou três idas ao cinema. E pronto acabou! Sabe aquele lance de que mulheres inteligentes sabem a hora de sair de cena ou entrá-la nela de vez? Pois é, não queria me aborrecer...fui embora. Outro belo dia, aliás dia de natal em Araguari, lá em Minas, o Júlio liga. Você atende, pois não reconhecia o número. E como era Minas...e você está em Minas, vamos ver ou ouvir.

 
É. Ligou! Ligou para dizer Feliz Natal! Feliz Natal para você também. E nunca mais...até o dia da pracinha, quatro anos depois.

 
Hoje. Brasília, novembro de 2012. Você com os cabelos mais compridos, uns sete quilos a mais. Apaixonada, vai casar. Encontrou o homem da sua vida. E não é o Júlio. Ele, o Júlio, uns dez quilos a menos, as mesmas covinhas que quase lhe mataram, um sorriso de parar o trânsito e o cachorrinho. Sozinho? Não sei...não sei. Só sei que já é época de Natal.
 

Então, Feliz Natal, mesmo sem cumprimentar. Pois Feliz Natal foi a última frase trocada. Ho ho ho!

 

NOTA DA CAROL: Júlio foi personagem de outro texto postado aqui no blog, em maio, de 2009: O cara que odeia Cold Case. Clique aqui para ler! Lembrando que ele não é o cara que odeia Cold Case. Este cara aí é outro, mas já fiz questão de esquecer o nome.


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