O jornalismo virou um circo. E o fato não é que não se aguente mais ouvir notícias sobre o desastre ocorrido no Japão e sim que já "encheu" o sensacionalismo. Sou jornalista, mas não quero. Por isso estudo o tempo todo para entrar em outra vida. Desisto dos sonhos que não são meus.
Enfim, o que mais me deixa brava, além de ver fotos de crianças sendo usadas o tempo de forma apelativa, é a desinformação, principalmente no que tange as usinas nucleares. Gente, ninguém vai virar um mutante não!!! Ou será que acham que vai ter um cidadão japonês andando por aí sem boca ou com três olhos?! Isso tem que acabar. O que essa população precisa é de apoio, amor ao próximo e muita solidariedade.
Só para ilustrar: o urânio enriquecido é o "combustível" da energia nuclear. É um minério altamente radioativo. Mas vamos lá onde quero chegar. No sábado, na usina nuclear de Fukushima, no Japão, a radiação emitida em torno do prédio do reator (o lugar em que a radiação estaria mais forte) era de 1,5 milisievert por hora. De acordo com o Luis (que envia diariamente um blog excelente no meu e-mail), uma pessoa sentada no topo do prédio do reator demoraria uma hora para absorver 1,5 milisievert. "Isso, por si, não diz muita coisa, certo? Seria o suficiente para provocar mutações horríveis e fazer surgir o Godzilla no fundo do oceano? Nem tanto. Só para efeito de comparação, quando um paciente faz uma tomografia computadorizada de crânio, absorve, em menos de um minuto, 2 milisievert. De tórax? Até 5 milisievert. Abdome e pelve juntos? Até 8 milisievert".
Recebi a informação também que, no caso dos militares americanos expostos, a dose máxima de radiação a bordo do porta-aviões foi "menor do que a recebida em um mês de exposição à radiação de fontes naturais como as rochas, a terra e o sol". A mesma notícia informa que "a radiação pode ser eliminada com água e sabão".
Outro que tem incomodado bastante também é a comparação do acontecimento com as usinas nucleares do Japão com o acidente em Chernobyl, em 1983. Equivocadas informações. Não sei quem foi o especialista que explicou, mas segundo ele, em primeiro lugar, a usina de Chernobyl usava um desenho diferente de reator: o resfriante dela não era água e sim carbono. E em segundo lugar, o terceiro recipiente de conteção (o de concreto e aço) não existia. "O que isso muda? O carbono, com altas temperaturas, pode incendiar e vaporizar, levando o material do núcleo em seu vapor. Sem o terceiro compartimento de proteção, quando a pressão do reator aumentou e ele rachou, esse vapor foi lançado diretamente na atmosfera, levando pedaços do núcleo de urânio para a atmosfera".
E isso é importante pois não houve explosão nuclear (como uma bomba) em Chernobyl. O que aconteceu foi uma emissão de elementos radioativos na atmosfera que causaram os danos de radioatividade. A simples existência do terceiro compartimento de segurança impediria esse lançamento na atmosfera e com isso os maiores danos de Chernobyl teriam sido evitados.
As usinas do Japão estão então protegidas de um acidente como Chernobyl, já que mesmo na época que esta foi construída já se sabia que aquele desenho de usina era inseguro.
Saiba mais sobre o problema no Japão:
Para entender o que acontece em Fukushima
Enfim, o que mais me deixa brava, além de ver fotos de crianças sendo usadas o tempo de forma apelativa, é a desinformação, principalmente no que tange as usinas nucleares. Gente, ninguém vai virar um mutante não!!! Ou será que acham que vai ter um cidadão japonês andando por aí sem boca ou com três olhos?! Isso tem que acabar. O que essa população precisa é de apoio, amor ao próximo e muita solidariedade.
Só para ilustrar: o urânio enriquecido é o "combustível" da energia nuclear. É um minério altamente radioativo. Mas vamos lá onde quero chegar. No sábado, na usina nuclear de Fukushima, no Japão, a radiação emitida em torno do prédio do reator (o lugar em que a radiação estaria mais forte) era de 1,5 milisievert por hora. De acordo com o Luis (que envia diariamente um blog excelente no meu e-mail), uma pessoa sentada no topo do prédio do reator demoraria uma hora para absorver 1,5 milisievert. "Isso, por si, não diz muita coisa, certo? Seria o suficiente para provocar mutações horríveis e fazer surgir o Godzilla no fundo do oceano? Nem tanto. Só para efeito de comparação, quando um paciente faz uma tomografia computadorizada de crânio, absorve, em menos de um minuto, 2 milisievert. De tórax? Até 5 milisievert. Abdome e pelve juntos? Até 8 milisievert".
Recebi a informação também que, no caso dos militares americanos expostos, a dose máxima de radiação a bordo do porta-aviões foi "menor do que a recebida em um mês de exposição à radiação de fontes naturais como as rochas, a terra e o sol". A mesma notícia informa que "a radiação pode ser eliminada com água e sabão".
Outro que tem incomodado bastante também é a comparação do acontecimento com as usinas nucleares do Japão com o acidente em Chernobyl, em 1983. Equivocadas informações. Não sei quem foi o especialista que explicou, mas segundo ele, em primeiro lugar, a usina de Chernobyl usava um desenho diferente de reator: o resfriante dela não era água e sim carbono. E em segundo lugar, o terceiro recipiente de conteção (o de concreto e aço) não existia. "O que isso muda? O carbono, com altas temperaturas, pode incendiar e vaporizar, levando o material do núcleo em seu vapor. Sem o terceiro compartimento de proteção, quando a pressão do reator aumentou e ele rachou, esse vapor foi lançado diretamente na atmosfera, levando pedaços do núcleo de urânio para a atmosfera".
E isso é importante pois não houve explosão nuclear (como uma bomba) em Chernobyl. O que aconteceu foi uma emissão de elementos radioativos na atmosfera que causaram os danos de radioatividade. A simples existência do terceiro compartimento de segurança impediria esse lançamento na atmosfera e com isso os maiores danos de Chernobyl teriam sido evitados.
As usinas do Japão estão então protegidas de um acidente como Chernobyl, já que mesmo na época que esta foi construída já se sabia que aquele desenho de usina era inseguro.
Saiba mais sobre o problema no Japão:
Para entender o que acontece em Fukushima
Desastre no Japão e oportunismo nuclear
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