sábado, 30 de junho de 2012

O bundão do cinema clássico



Podem falar o que quiser! Defendam o Rick. Diga que ele foi nobre. Ou elegante. E que por uma causa mais nobre ainda, ele deixou que Ilsa entrasse naquele avião rumo a Lisboa (Portugal). Perfeito de um bunda mole. Queimou o filme dos filmes clássicos. Me perdoem, mas para mim, Casablanca nunca mais foi a mesma. Deixa eu explicar: por quase uma vida escutei “As times goes by”, entoada por vários intérpretes e achava a coisa mais linda do mundo. Viajava, viajava, viajava! Até que um belo dia, já crescidinha, assisti ao filme, cuja música principal é a tal canção. Decepção total! O final não era feliz.

Desde então, passei a odiar Casablanca. Rebobinava o filme para ver se eu não tinha pulado alguma parte. Poxa, será que o diretor Michael Curtiz não tinha noção?! Meu coração estava em pedaços. Onde é que estava aquela parte em que o galã luta pelo amor da mocinha? Ah, era muita realidade para o meu gosto. Tá certo que ela tinha um marido, mas...ah que matasse ele no campo dos nazistas, que jogasse ele do avião, que ele sumisse do mundo, que ele virasse travesti...mas o Rick tinha que ter feito alguma coisa.

O amor ficou na lembrança na canção “As times goes by”, proibida de ser tocada pelo Sam, o pianista do café do Rick, localizado na cidade marroquina Casablanca. É isso mesmo. Mais uma prova de que ele era um perfeito bunda mole. Parecido com muito homem de hoje em dia que acha que as lembranças podem ser apagadas com uma borracha. Terminam um namoro, guardam os presentes que você deu no sótão, tiram os ímãs da geladeira, jogam água na fogueira e excluem você do facebook. Perfeitos babacas...e não tiram você do coração! Simplesmente deixam que você entre no avião e pronto! Daí, você fica olhando no saguão do aeroporto para ver se ele no último segundo do segundo tempo do jogo caia em si, corra atrás de você e diga que te ama e que fique ao lado dele. É...seria legal, se viveriam felizes para sempre? Não sei...não sei.

Sobre o filme (fonte: Wikipédia):

Casablanca é um filme norte-americano de 1942 dirigido por Michael Curtiz. O filme conta um drama romântico na cidade marroquina de Casablanca sob o controle do da França de Vichy. O filme é baseado na peça Everybody Comes To Rick's ("todo mundo vem ao café de Rick") de Murray Burnett e Joan Alison. As estrelas Humphrey Bogart no papel de Rick Blaine e Ingrid Bergman como Ilsa Lund. O desenvolvimento do filme centra-se sobre o conflito de Rick, nas palavras de um personagem, o amor e a virtude: Rick deve escolher entre sua amada Ilsa fazendo a coisa certa. Seu dilema é ajudar ou não Ilsa a escapar de Casablanca com seu marido Victor Lazlo, um dos líderes da resistência Tcheca, de modo que ele possa continuar sua luta contra os nazistas .

Considerado como um dos maiores filmes da história do cinema americano, ganhou vários Oscar da Academia, incluindo o de melhor filme em 1943 . Casablanca teve uma grande estréia, mas não espetacular, entretanto, ganhou popularidade com o passar do tempo e esteve sempre nas listas dos dez melhores filmes. A crítica elogiou a performance carismática de Bogart e Bergman e a química entre eles, junto à profundidade das caracterizações , a intensidade da direção , a sagacidade do roteiro e do impacto emocional do trabalho como um todo.

Um comentário:

JM disse...

As vezes acho que viver é fazer escolhas numa corda bamba, que balança entre a razão e a emoção!
Mas, uma vez feita a escolha, já era, viva com as consequências!
A Ilsa também fez a escolha dela, mas concordo, o Rick é muito falação e pouca atitude, meio bundão de fato!