Aúúúú. Aaaa aúúú. Solta o som DJ. Amaaaar assim, jamais dizer adeeeus. Lá lá lá. Coração quebrado e orgulho inteiro...
lá lá lá.
É assim que a maioria fica. O cara vai embora. A garota fica. O coração dele em pedaços. O dela também. Mas o orgulho, ah o orgulho dele é imponente. Pra ninguém botar defeito. Um blefe. Certo de que nunca mais a procurará. Por trás dos bastidores, ele guarda as fotos dela numa caixa e coloca no alto do armário junto com das outras. Mas num belo dia, uma folha de papel impressa com a foto de vocês no penúltimo natal aparece assim como mágica dobrada no meio de um livro. Saudades batem. Ele liga para a garota, ouve um alô e sem dar tempo desliga. Numa pressa irrecorrível. Não dá tempo. Pois o orgulho...ah o orgulho tem que ficar inteiro, igual na música. E o coração dela aos pedaços.
Depois ele embala o aparelho de fondue; tira os imãs de geladeira e o calendário com o desenho de vocês dois em Paris. Joga fora a escova de dente que era sua. Guarda a caixa de baralho por um tempo e o porta controle remotos feitos especialmente pela garota. Tudo a faz lembrar. E ele quer esquecê-la. Então ele viaja, viaja, viaja, quanto mais longe dela melhor. Pois ele quer esquecer a garota. E esquece os incensos e ela nunca esquecia. Lembra-se dela mais uma vez. Como ele iria espantar os maus fluídos do quarto de um novo hotel? Pensou ele: isso vai passar.
Passam-se dias, meses, e numa linda tarde, no barco, com os amigos na maior diversão, toca a primeira música tema do amor de vocês: ainda me lembro daquele beijo spank punk violento lá lá lá. Daí você deseja que, naquele momento, o Lobão nunca tivesse existido. Pô, Lobão, agora? Mas logo se arrepende de tal pensamento e se convence que foi legal e que todo casal que se preze tem que ter trilha sonora. E que, no seu caso, para a felicidade ou infelicidade, o romance tinha rendido pelo menos um box edição especial com direito a fotos do tamanho de um selo. Sim como se fosse um selo. Imagens com os momentos mais legais (em todos os cantos que imagina). E que podiam ser sorteados quando se quisesse relembrar.
E você escuta a música até o fim, pois é preciso ter peito, peito de remador, como dizia o poetinha, e coragem. Outras canções virão como também outros carnavais. E o seu coração quebrado. E o orgulho dele inteiro. Intacto. Todas as mulheres do mundo o querem e ele faz questão de mostrar isso. Todos os homens do mundo a querem, mas para ela, tanto faz! Era a primeira vez que ela queria que...que...que ele nunca tivesse ido embora, como Tim Maia cantava. Sou feliz agoooraaa, não não vá embooora não, vou morrer de saudades.
Agora, ela pensa em se mudar, “lugar qualquer que não exista o pensamento em você” e fugir desta sombra e dos sonhos do passado. Eterno Tim Maia. Sabe por que? Porque ela gostava tanto de você. “E eu gostava tanto de você, gostava tanto de você”.
NOTA DA CAROL: Podem me chamar de brega, mas amooo a música Mordida de Amor. Lembra a época da infância, anos 80 total. Uma beleza! E aproveito este espaço para fazer uma homenagem ao Tim Maia (e outras personalidades) e ao Rio de Janeiro. Vejam o vídeo.
imagem: monedias.blogspot.com
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