Há certos dias que fazemos escolhas erradas. Pegamos um caminho alternativo para ir ao trabalho achando ser a melhor saída e pelo jeito não é. Ou ao invés de ir a pé para a academia, como de praxe, lançamos mão do carro. Ou ainda, depois da ginástica, mesmo cansadas, saímos freneticamente rumo ao shopping em busca de uma meia-calça arrastão. Ossos do ofício. Quando se trabalha fora é preciso manter a elegância. As mulheres são mesmo incríveis.
Até aí tudo bem. Lá fui eu atrás da maldita meia. Era para ser rápido e até um pouco prazeroso, pois shopping à noite e durante a semana costuma ser tranqüilo. Era...mas não foi. O estacionamento na garagem estava fácil, nada diferente. Mas ao subir as escadas, senti o movimento. Ouvi o som das gargalhadas. Minha nossa, quanta gente, quanta alegria. Quis tentar ver alguma coisa, não consegui. Perguntei a um moço o que estava acontecendo. E descobri que Eri estava ali. Gente, o Eri Johnson estava ali. Momento de histeria total. Éramos eu (frenética atrás de uma meia), o Eri Johnson e toda a torcida do Vasco, Flamengo e Corinthias. Era a comemoração da Libertadores? Só podia ser. E nada de meia-calça. Tive raiva do Eri. Ai que raiva do Eri.
Rodei, rodei, rodei e nada. As meias-calças aqui em Brasília estão iguais aos bafômetros lá na França: em falta, entraram em extinção, sei lá o que aconteceu. Tive raiva do Eri de novo. Ai que raiva do Eri. Tudo bem disse para mim, vamos voltar para casa e tentar dormir mais cedo até porque “você está cansada demais para disputar qualquer coisa na altura deste campeonato”. Mas, ah que legal, o Eri acabava de se despedir. Corre Carol, antes que todos resolvam ir embora também. Tarde demais. A fila da garagem dobrava. Achei que o papai Noel tinha chegado mais cedo. Meia volta. O jeito é ir lanchar. Para quem tinha prometido não comer mais doce (porque tinha acabado de ver celulites horrorosas no espelho da sala de ginástica), Mc Donald´s era a pedida. Tudo para compensar o aborrecimento. Aí tudo vale, com direito a casquinha!
Se tinha fila na garagem é claro que ia ter fila na lanchonete, né?! Raciocina. Era um caminho sem volta. Estava predestinada à sensação de impotência e de ficar no shopping para sempre. E sem a meia-calça. E pagando mico de roupa de ginástica. Tive raiva do Eri. Ai que raiva do Eri. Maldita noite! Lanchei em outro lugar, o que não tinha fila. Mas nem de longe tinha a graça do Mc Donald´s. Pronto, vou embora!
Não, não deu para ir embora. A fila da garagem continuava. Beleza então, furiosa e com raiva do Eri, fui à lojas Americanas passar o tempo e claro, comprar doce. Era o jeito! Preciso dizer que peguei mais fila? Mas comer aquelas bobajadas, naquele momento, era questão de dependência ou morte. E lá fui eu para a fila da garagem. De novo. Não tive saída. O shopping ia fechar. Tive raiva do Eri. Ai que raiva do Eri. Adoro o Eri...na TV! E eu só queria uma meia-calça...entende?
Nota da Carol: O “entende” foi pego emprestado do Pelé.
Imagem: http://pontoecontraponto.com.br/?p=6256
2 comentários:
rsrsrsrsrsrs, quando foi isso, amiga,ontem???? Bjs
Carol,
Você está cada vez melhor. A cada dia que passa você escreve melhor. Você está mais bonita, mais articulada, mais...mais. Te amo. Mariângela
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