A música sem sombra de dúvida é a linguagem universal. Ela une pessoas de qualquer nacionalidade, raça ou classe social. Seja em Paris ou Pirenópolis no Goiás. É engraçada a comparação. Mas foram exatamente nesses dois lugares que presenciei os momentos mais formidáveis de união pela música. Juntos sim! Simplesmente pelo prazer de cantar e comemorar. Celebrar o fato de que uma andorinha só não faz verão, mas que se juntar mais algumas, podemos formar uma orquestra!
Estive em Pirenópolis agora nesses dias. E a primeira noite foi regada com muita música. Na mesa ao lado, um violão, um instrumento de sopro com uma espécie de teclado (não sei o nome), pessoas bacanas e do lado de cá, nós! Não bastou muito tempo e lá estávamos todos juntos. A nossa turma, a deles e os personagens da vida real que parecem sair de romances de José de Alencar ou quem sabe de uma crônica do Veríssimo. Era o bêbado hippie, o vendedor de iôiô (acho que era isso) – também bêbado, a dona do buteco vizinho (La a Budega), e um chato de outra mesa. Sempre tem um chato, é incrível.
Fui mais além. Fiquei imaginando cada uma daquelas pessoas. Como é o “mundo” delas, se eram sozinhas, ou simplesmente o que a deixavam felizes. O primeiro bebum me chamou a atenção, pois, mesmo estando longe da higiene nossa de cada dia, ele combinava as peças de roupas e pasmem: estava elegante. Com cheiro de bode, mas elegante. Os cabelos milimetricamente cortados lembravam uma cuia, as sapatilhas pareciam combinar com todo o conjunto. E pasmem de novo! Ele pediu silêncio quando começaram a tocar Bolero de Ravel. De uma forma mal educada, mas pediu silêncio. Dizem que ele era gerente de banco e que a “cana” foi o motivo da demissão...vai saber.
O vendedor de iôiô. Ah, esse eu consegui ver sóbrio na hora do almoço uns dois dias depois. Ele era meio chato. Mas quase morri de rir com o comentário dele quando cantávamos Roberto Carlos: “Alciooooooone! Muito bom!”. Não demorou muito apareceu um chato de outra mesa. Apareceu nas fotos, cantou e tentou se “juntar”. Mas esse não ficou muito tempo conosco não. Se fosse mudo, talvez. Estragar a nossa alegria falando coisas ridículas não combinaria. Ele sacou, percebeu, e foi-se embora!
No final das contas, éramos os únicos derradeiros numa rua que estava tão movimentada. Fechamos a conta do restaurante e fomos para o buteco La a Budega. A dona, a Auxiliadora, já nos observava há um tempo. Ela parou, ouviu a música e de repente, lá estávamos nós no bar da simpática senhora rechonchuda de um metro e meio. Ela sentou e começou a cantar, a cantar, a cantar...algo como “coitada dessas moças que se casam com o açougueiro, o alfaiate, o padeiro”. Muito bom!
A noite fechou as suas cortinas. Nada de importante realizado, nada da qual dependesse a paz mundial. Simplesmente jogamos conversa fora, daquelas que perpetuam amizades. Pois estar junto, fazer nada junto, às vezes, é bem melhor do que estar sozinho.
Voltamos caminhando para o hotel. As ruas estavam vazias. Pirenópolis era nossa. Ninguém para incomodar. As casas pintadas de variadas cores pareciam cenários de novelas. E nós...
Estive em Pirenópolis agora nesses dias. E a primeira noite foi regada com muita música. Na mesa ao lado, um violão, um instrumento de sopro com uma espécie de teclado (não sei o nome), pessoas bacanas e do lado de cá, nós! Não bastou muito tempo e lá estávamos todos juntos. A nossa turma, a deles e os personagens da vida real que parecem sair de romances de José de Alencar ou quem sabe de uma crônica do Veríssimo. Era o bêbado hippie, o vendedor de iôiô (acho que era isso) – também bêbado, a dona do buteco vizinho (La a Budega), e um chato de outra mesa. Sempre tem um chato, é incrível.
Fui mais além. Fiquei imaginando cada uma daquelas pessoas. Como é o “mundo” delas, se eram sozinhas, ou simplesmente o que a deixavam felizes. O primeiro bebum me chamou a atenção, pois, mesmo estando longe da higiene nossa de cada dia, ele combinava as peças de roupas e pasmem: estava elegante. Com cheiro de bode, mas elegante. Os cabelos milimetricamente cortados lembravam uma cuia, as sapatilhas pareciam combinar com todo o conjunto. E pasmem de novo! Ele pediu silêncio quando começaram a tocar Bolero de Ravel. De uma forma mal educada, mas pediu silêncio. Dizem que ele era gerente de banco e que a “cana” foi o motivo da demissão...vai saber.
O vendedor de iôiô. Ah, esse eu consegui ver sóbrio na hora do almoço uns dois dias depois. Ele era meio chato. Mas quase morri de rir com o comentário dele quando cantávamos Roberto Carlos: “Alciooooooone! Muito bom!”. Não demorou muito apareceu um chato de outra mesa. Apareceu nas fotos, cantou e tentou se “juntar”. Mas esse não ficou muito tempo conosco não. Se fosse mudo, talvez. Estragar a nossa alegria falando coisas ridículas não combinaria. Ele sacou, percebeu, e foi-se embora!
No final das contas, éramos os únicos derradeiros numa rua que estava tão movimentada. Fechamos a conta do restaurante e fomos para o buteco La a Budega. A dona, a Auxiliadora, já nos observava há um tempo. Ela parou, ouviu a música e de repente, lá estávamos nós no bar da simpática senhora rechonchuda de um metro e meio. Ela sentou e começou a cantar, a cantar, a cantar...algo como “coitada dessas moças que se casam com o açougueiro, o alfaiate, o padeiro”. Muito bom!
A noite fechou as suas cortinas. Nada de importante realizado, nada da qual dependesse a paz mundial. Simplesmente jogamos conversa fora, daquelas que perpetuam amizades. Pois estar junto, fazer nada junto, às vezes, é bem melhor do que estar sozinho.
Voltamos caminhando para o hotel. As ruas estavam vazias. Pirenópolis era nossa. Ninguém para incomodar. As casas pintadas de variadas cores pareciam cenários de novelas. E nós...
2 comentários:
Muito bom! A música, como as afinidades, realmente unem. Foi assim entre nós e a mesa vizinha. Foi assim entre nós e vocês! Beijo grande!
Adorei, Carol!!!Você só esqueceu de retratar a minha simpatia naquela noite!kkkkkk...afff...Beijosss
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