domingo, 1 de novembro de 2009

Você se sente seguro?

Ao parar o carro num estacionamento público, ao andar a pé à noite sozinho ou ao viajar de avião? Você se sente seguro? Sem mentir vai, se sente seguro?! Caso sim, passe a receita, por favor, pois acho que o fim do mundo não será por um surto da natureza e, sim por causa de um enlouquecimento humano.

Na tarde da última sexta-feira, em Brasília (DF), véspera do feriado de Finados, o comandante do vôo 1846 da companhia aérea Gol, teve que arremeter o avião, ao chegar na capital, com 128 pessoas à bordo. Um herói! Nada me convencerá o contrário. Se não fosse tal ato, a aeronave teria se chocado com outra da companhia aérea TAM.

Então, supondo que o avião da TAM estivesse com 150 pessoas, soma-se este número a 128 passageiros da Gol, teríamos 278 novos finados para coroar o feriado de Finados. Já quase não temos mortos para chorar...qual diferença faz? Muita!!! Cadê a responsabilidade e a valorização da vida humana? Podia ser o seu pai ou mãe, ou filho (a), ou noivo (a).

O comandante foi um herói sim. E andam falando mal dele. Um jogando a culpa para o outro. E a culpa, já assumida, e negada pela Aeronáutica (faça-me o favor) foi do controlador de vôo. Isso segundo um jornal local. O próprio presidente da Associação dos Controladores de Voo do DF, revelou que os novos contratados recebem um péssimo treinamento. “Antes, eram 240 horas de aulas para ser controlador, agora são apenas 90 horas. Por isso, ocorrem erros como o de ontem, que foi culpa total do controlador”.

Ultimamente, tenho tido mais medo de controlador de voo que de ladrão. A coisa se inverteu. Mundo esquisito. Como é que se autoriza a aterrisagem de dois aviões ao mesmo tempo na mesma pista?! Faça-me o favor. Será que não têm consciência que não estão carregando batatas? E sim pais e família, filhos de família, crianças, enfim, vidas!

Éramos felizes e não sabíamos. Voar era prazeroso. As pessoas se vestiam elegantemente antes de embarcar. Fazíamos boas refeições e comíamos com talheres de verdade. E o melhor de tudo: sentíamos seguros. Não existiam homens-bombas prestes a explodir em aeronaves. Não éramos revistados. Não existiam barreiras eletrônicas. Havia lugares para sentar nas salas de embarque. E estas eram tão silenciosas quanto uma capela.

Acabou o voar com prazer! Agora a única coisa que nos resta é fazer o sinal da cruz...e seja o que Deus quiser!

E, ainda temos que ler títulos irônicos nos jornais: “Susto na aterrisagem”. Susto? Pânico! Ver a vida em contagem regressiva rumo a morte é aterrorizante. Algo tem que ser feito.



Saudade de um tempo que não vivi



imagem: http://fotocache02.stormap.sapo.pt/fotostore02/

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